O secretário de Estado de Saúde Gilberto Figueiredo (UB) classificou como ‘natural’ que a Polícia Federal investigue supostas irregularidades nas aplicações dos recursos recebidos pela Pasta durante a pandemia da Covid-19. Ao enfatizar que a investigação servirá para demonstrar que na Secretaria de Saúde ‘não tem nenhum ato de corrupção’.
“Toda vez que existe uma suspeita do uso irregular do uso do recurso federal é natural que a Polícia Federal investigue. Então, durante o período da pandemia, se houve recurso federal aplicado em Mato Grosso, essa operação Espelho até o prezado momento diz que empresários estariam atuando, tentando lesar o patrimônio público. Mas não temos essa evidência ainda, esse é um processo encaminhado ao Ministério Público. Então, vejo como natural e será até bom para saber que por meio da Secretaria do Estado de Saúde não teve nenhum ato de corrupção”, afirmou
A declaração foi feita pelo secretário nesta última terça-feira (05), durante um evento de entrega de ambulâncias para a Saúde. O assunto voltou a ser discutido após o deputado estadual Wilson Santos (PSD) começar uma “força-tarefa” na Assembleia Legislativa para conseguir as oito assinaturas necessárias para protocolar requerimento na abertura de CPI para investigar os contratos alvos da Operação Espelho da Polícia Civil.
Em relação a possível abertura de uma CPI para investigar a Saúde Pública estadual, Gilberto afirmou que existe um viés político, e que os órgãos de controle já estariam fiscalizando.
“Toda CPI tem um pouco de viés político, porque a partir do momento que os órgãos de controle já estão fazendo investigação é desnecessário outra apuração paralela, pois pode comprometer os trabalhos. Mas é natural e a Assembleia tem essa prerrogativa dos deputados”, disse
A CPI precisa de oito assinaturas para ser instalada e já tem seis. Segundo Wilson Santos, a instauração da CPI será importante para “ajudar” o governador Mauro Mendes (União Brasil) a esclarecer o suposto esquema de fraudes e desvio de valores promovido por um cartel de empresas, envolvidos na prestação de serviços médicos em hospitais do Estado.
A Polícia Civil deflagrou em Mato Grosso a Operação Espelho, em sua primeira fase, em 2021 e investigou fraudes e desvios de valores ocorridos no contrato de prestação de serviços médicos no Hospital Estadual Lousite Ferreira da Silva (Hospital Metropolitano), em Várzea Grande.,
Em outra fase, em agosto deste ano, a Polícia Civil indiciou 22 empresários acusados de estarem envolvidos com fraude em contratos médicos nos hospitais do Estado. A organização criminosa intensificou as ações durante a pandemia de Covid-19, momento em que pacientes eram internados nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) sem necessidade, visando o aumento dos lucros.
Fonte: O Bom da Notícia