Mato Grosso, maior produtor nacional de grãos e algodão, segue liderando o ranking brasileiro das maiores estimativas para o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP), em 2023. Mesmo no top, o faturamento deve encolher cerca de 7%, ao passar de R$ 199 bilhões no ano passado para atuais R$ 185 bilhões.
Mesmo que a safra estadual tenha sido recorde, o impacto da oferta sobre as cotações puxou o faturamento para baixo. Somente a saca do milho contabilizou desvalorização anual de mais de 40%, por exemplo.
O resultado de Mato Grosso, se confirmado, irá representar 16% do total nacional, que ao contrário da direção local, deve crescer 2,7% na comparação anual e somar R$ 1,15 trilhão, ante R$ 1,12 trilhão. Em valores, haverá um acréscimo de R$ 30 bilhões. Os dados são da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O valor atingido pelo VBP brasileiro representa um recorde histórico numa série iniciada há 34 anos
O maiores VBP do País, para este ano, estão vindo também do Paraná, São Paulo e Minas Gerais, que junto com Mato Grosso, gerarão faturamento de R$ 592,6 bilhões, o que corresponde a 51,5 % do VBP nacional.
O saldo projetado ao Estado está basicamente concentrado na produção de soja, milho, algodão e na bovinocultura. Os mais de R$ 199 bilhões vêm, em maior parte, das lavouras: R$ 157,47 bilhões e R$ 27,59 bilhões das atividades da pecuária.
A soja segue adicionando a maior receita: R$ 92,23 bilhões. Do milho virão R$ 39,38 bilhões, R$ 20,43 bilhões do algodão, R$ 2,75 bilhões da cana-de-açúcar e R$ 21,14 bilhões da bovinocultura. Com exceção da cana, todas as outras atividades do agro mato-grossense apresentam retração ante os resultados de 2022.
BRASIL – As lavouras, com crescimento de 4,8%, tiveram um faturamento de R$ 812 bilhões, e a pecuária, com retração de 2,2%, apresenta um faturamento de R$ 337,8 bilhões. A safra recorde de grãos deste ano é o principal fator responsável por esses resultados.
Diversos produtos apresentaram desempenho favorável neste ano. Entre esses produtos, encontram-se amendoim, com aumento real de 13,5% no VBP, arroz 14,4%, banana 17,5%, cacau 17,3%, cana-de-açúcar 16,5%, feijão 4,9%, laranja 16,8%, mandioca 39,7%, soja 3,1%, milho 2,3%, tomate 25,5% e uva 13,7%.
Conforme coordenador geral de Planos e Cenários da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária, José Gasques, esse resultado se deve, especialmente, aos preços e ao volume produzido.
Alguns produtos como algodão, batata inglesa, café e trigo têm trazido contribuição negativa, apresentando retração do VBP. Para todo esse grupo, os preços mais baixos em 2023 são a principal causa do seu desempenho. Estes são acompanhados pela retração da carne de frango e carne bovina. Por outro lado, na pecuária, os suínos, ovos e leite, têm tido desempenho bastante favorável.
Cinco produtos, que respondem por 82,0% do VBP das lavouras, apresentam melhor desempenho, são soja, milho, cana-de-açúcar, café e algodão, esses produtos representam R$ 665,2 bilhões no Valor da Produção Agropecuária.
Fonte: MT Econômico