2 de abril de 2019 às 12:24 – Atualizado há 4 anos
Criada em 2006 na Argentina por Alec Oxenford e Fabrice Grinda, a OLX está presente em 45 países. No Brasil, a empresa iniciou suas operações em 2010. Pouco tempo depois, em 2011, o grupo foi comprado pela Naspers, que também é acionista de grandes nomes como Buscapé, Movile e Tencent. Desde então, recebeu grandes investimentos, se consolidando como uma das maiores plataformas de compra e venda do mundo.
Hoje, a OLX Brasil registra mais de meio milhão de novos anúncios todos os dias, 2 milhões de vendas por mês e cerca de 600 mil novos anunciantes todos os meses. “Há alguns anos, levamos as vendas dos jornais para a internet. Há cerca de cinco anos, fizemos uma nova revolução do desktop para o mobile”, ressalta o finlandês Andries Oudshoorn, CEO da unidade brasileira desde 2011.
Segundo Oudshoorn, a missão da companhia é mudar a cultura brasileira e o modelo de consumo. “Vimos que em 2010 as pessoas acumulavam muitas coisas. Em 2019, elas estão ficando mais conscientes”, disse o executivo. O trabalho tem gerado bons resultados: em 2018, a OLX Brasil foi considerada a 9º maior plataforma de classificados do mundo pelo AIM Group.
A grande audiência da plataforma é o que sustenta o modelo de negócio da OLX, que gera receita de três formas: com a assinatura de anúncios para profissionais — como imobiliárias e concessionárias — , com publicidade geral (para mídia) e integrada, e com o destaque opcional dos anúncios para usuários que desejam atrair mais exposição para o seu produto.
Além do marketplace, a empresa se destaca em dois grandes setores: automóveis e imóveis. Hoje, 69% de todos os carros anunciados no país estão no site, e 20% das vendas totais de veículos no Brasil são realizadas pela plataforma. Já no setor de imóveis, são 222 milhões de buscas todos os meses, com crescimento de 46% em número de anúncios no último ano.
Pensando nisso, a OLX lançou, em 2017, a Storia, vertical especializada em imóveis com ferramentas que ajudam o comprador ou locatário a tomar decisões baseadas em informações sobre o bairro em que as casas e apartamentos estão anunciados.
Além disso, a companhia também criou, um ano depois, a Autoshift, plataforma especializada em automóveis e exclusiva para anunciantes profissionais. Com diversos filtros, o usuário pode buscar os veículos por marcas, modelos, preços, proximidade e outras características.
Para acompanhar o crescimento da plataforma, a OLX Brasil conta com uma sede de 2.600 m² no Rio de Janeiro, além de um escritório em São Paulo. Ao todo, são cerca de 600 funcionários. Distribuída em três andares, a sede possui áreas comuns, salas de reunião, área de jogos, escorregadores e até uma piscina de bolinhas.
Sede da OLX, no Rio de Janeiro.
O contraste de cores também chama atenção — seja nos móveis, nas gravuras pintadas na parede ou até mesmo na iluminação das estações de trabalho. Todas as frases espalhadas pela sede foram elaboradas em um processo colaborativo com a participação dos funcionários. Sede da OLX, no Rio de Janeiro.
O ambiente descontraído não foi pensado por acaso. “Precisamos ter criatividade e inovação o tempo todo. Temos uma cultura flexível, com processos bem abertos”, explica Sérgio Póvoa, chefe de recursos humanos da companhia. Segundo ele, a OLX tem uma ambiciosa meta: se tornar a maior empresa de tecnologia do Brasil. Para isso, o time deve estar alinhado com esse propósito.
Segundo Póvoa, trabalhar na OLX requer algumas habilidades. A empresa busca por talentos que possam trazer insights sobre os clientes e o negócio, que consigam lidar com desafios e que aproveitem novas tecnologias para endereçar uma necessidade real do usuário. “Como sempre surgem posições novas, estamos o tempo todo nos desafiando e testando diferentes movimentos. É preciso gostar de mudanças”, ressalta o executivo. Estações de trabalho na sede da OLX, no Rio de Janeiro.
Pensando nisso, os colaboradores são constantemente divididos em tribos (ou squads) formadas por engenheiros, gerentes de produtos, designers e respectivos líderes. O objetivo é atender às necessidades dos usuários de forma eficiente. “É uma forma de organizar e estruturar a companhia para crescer de forma sustentável. Cada squad funciona como uma startup, uma empresa independente aqui dentro”, explica Bernardo Carneiro, diretor de tecnologia da empresa.
Com o crescimento da companhia, os executivos notaram um ponto importante: nem todos os funcionários eram usuários da OLX. “Para criar empatia com o cliente e ter essa proximidade é preciso experimentar a plataforma”, ressalta Janet Baireva, chefe de produtos da companhia.
Para isso, a empresa lançou recentemente a campanha Somos todos usuários. “Cada funcionário que chega recebe um voucher para comprar na OLX e dar o seu feedback, compartilhando insights da experiência”, explica a executiva. Hoje, 420 dos 600 funcionários já usaram a plataforma.
Para alcançar a meta de se tornar a maior empresa de tecnologia do país, a OLX planeja investir R$ 250 milhões na operação brasileira em 2019. O aporte será usado, principalmente, no desenvolvimento de novas tecnologias, como machine learning. “Cerca de 80% do nosso público está no mobile. Estamos investindo em novas ferramentas e algoritmos que façam melhores recomendações e que tragam mais inteligência para a plataforma”, explica o CEO Andries Oudshoorn. Além disso, a OLX planeja aumentar o número de funcionários, com a contratação de 150 pessoas, 120 delas para as áreas de tecnologia e produtos.
A companhia também tem apostado em algo muito valioso: dados. Hoje, toda a empresa tem acesso à uma tela com feedbacks e depoimentos dos clientes nas redes sociais. Além disso, a OLX já investiu mais de R$1 milhão apenas em pesquisa com usuários em 2019. O objetivo é criar uma cultura de dados e capacitar a companhia com uma estrutura analítica.
“Para atender melhor o usuário e oferecer uma experiência rica, temos que entendê-lo e capturar muitos dados”, ressalta Raúl Renteria, head de Big Data da OLX. As informações são usadas para criar ferramentas, aprimorar a experiência do usuário e inovar ainda mais.
O uso constante de Big Data e Machine Learning já está gerando resultados. Um dos produtos criados pela companhia foi o reconhecedor de imagens para categorização. Hoje, o site possui 35 categorias de anúncios. Para garantir que cada produto esteja no lugar certo, uma inteligência neural avalia mais de 4 milhões de fotos por dia.
A OLX também possui um sistema de inteligência que oferece recomendações com base em dados sobre interesses do usuário nos últimos sete dias. Hoje, são 150 interações realizadas por minuto a partir das informações coletadas diariamente.
Além disso, a companhia está desenvolvendo uma ferramenta que ajuda o usuário a encontrar boas ofertas de carros. A solução, que deverá ser lançada em breve no mercado, será capaz de simular um financiamento e combinar diversos dados — como região, informações de outros anúncios e características do veículo — para indicar se o valor está abaixo ou acima da média do mercado.
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Tecnologia, uso de dados e novos produtos: por dentro da sede da OLX — StartSe – StartSe

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